ANÁLISES AMBIENTAIS REALIZADAS EM
JANDAIA, PARAÚNA E ALTO PARAÍSO (GO)
Analisar as paisagens e feições do relevo na
natureza é uma atividade de extrema importância para o ser humano, pois a mesma
permite a compreensão de diversos processos e estágios evolutivos do nosso
planeta. Assim podemos reconhecer e planejar formas de uso e ocupação das
terras adequadas.
Segundo BATISTA e SOUSA (2012) o ensino de
geomorfologia deveria ser mais valorizado, uma vez que o estudo ambiental e a
compreensão do meio onde se vive se dá sobre o relevo. Seja para atividade
antrópica como a infraestrutura das cidades, de malhas viárias; áreas de uso
rural, como agricultura e pastagem; e outras determinações como reservas
naturais e áreas protegidas.
Um exemplo de alteração da paisagem drástica que ocorreu no Brasil, onde
uma feição de relevo foi completamente explorada foi o da “Montanha do Ouro”,
referindo a Serra Pelada no estado do Pará, onde a busca por minerais de ouro
levou milhares de pessoas a trabalhar intensamente na extração do mineral.
A realização desse
trabalho constou com duas atividades em campo, e uma atividade em
laboratório para elaboração de produtos e tratamento de figuras, elaboração de
produtos cartográficos, e leitura de referencial teórico.
Os locais do primeiro
campo de
estudo realizado no dia 16 de Outubro de 2013, estão compreendidos entre
o município de Jandaia (GO) e o município de Paraúna (GO), onde foram
observadas feições do relevo e também como o ser humano se apropria dessas
formas para sua ocupação do espaço. A segunda atividade de campo foi realizada
entre os dias 13 e 15 de Novembro de 2013 no município de Alto paraíso de Goiás
(GO), onde está localizado o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Tabela 1. Instrumentos utilizados em campo
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INSTRUMENTO
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UTILIDADE
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GPS
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Reconhecer e
registrar coordenadas geográficas.
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Martelo para Geólogo
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Quebrar rochas e
facilitar a obtenção de amostras frescas (pouco intemperizados).
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Lupa (20x)
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Ampliar a visão sobre
objetos pequenos, como identificar minerais em rochas.
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Lanterna
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Iluminar as formações
de caverna.
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Barraca e acessórios básicos
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Instalação para
permanência diária e realização de atividades.
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Os pontos foram convertidos
polígonos e pontos no Google Earth Pro
cujo possuem referência geográfica que serviram como base, juntamente com shapefiles
obtidos da base
de dados do Sistema Estadual de Estatística e Informações Geográficas de Goiás
(SIEG).
Foram
elaborados produtos cartográficos de localização, litologia, hipsometrias,
unidades morfoestruturais, unidades geológicas; através de modelagens
no software de SIG, ArcGIS
10.1.
Foram
adquiridas imagens do satélite Landsat 5
TM, obtidas através do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), das quais conseguimos ter os municípios e pontos de visita. Através do software de sensoriamento remoto ENVI versão 4.7 em composição colorida na sequência de vermelho,
verde e azul (RGB 543).
APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
i.
Vale próximo à Jandaia (GO)
Coordenadas: 17°03'16.7"S
e 50°07'49.7"W /
17°03'17.4"S /
50°07'48.0"W
O local apresenta uma feição geomorfológica de vale
fechado, onde é observada a existência terraços planos e paralelos e a existência
de um córrego na área mais baixa, como está indicado na figura abaixo.
Ao longo da evolução do vale ocorreu um
entalhamento do material rochoso através da água do córrego, promovendo um
aprofundamento do nível/leito do rio, essas feições são chamadas de terraços de
inundação. Na medida em que a capacidade de cheia do córrego diminui ou a
profundidade aumenta, essas feições ficam abandonadas.
A litologia do local pertence à Formação Araxá e já sofreu processos de intemperismo e sedimentação, composta essencialmente de Quartizito (metamórfica) e Ortoquartizito (sedimentar com composição em SiO2 > 95%).
Existe uma formação de solo muito recente, por isso é classificado como Nesossolo Litólico que apresenta uma boa porosidade por a rocha ser fraturada e ter porosidade entre grãos. Devido à inclinação do relevo notamos que os sedimentos intemperizados em áreas mais altas são lixiviados para os terraços e para proximidades do córrego.
Eles atribuem característica de solo muito fértil, que detêm alto índice de matéria orgânica (substrato e nutrientes) e água/umidade, em que a formação da matéria orgânica foi condicionada pelo meio e tornou se um mecanismo no processo da pedogênese. Com um crescimento de grandes vegetais, e qualidade ambiental comprovada pela presença de líquens e relações ecológicas entre os animais.
Ao continuar o percurso da primeira viagem nos deparamos com feições de relevos cuestiformes, localizados na margem da rodovia GO-050 (figura 12) evidenciados por sua superfície aplainada e morro do testemunho que sofreram erosão diferencial, dele não foi realizado uma maior análise nessa atividade.
A litologia do local pertence à Formação Araxá e já sofreu processos de intemperismo e sedimentação, composta essencialmente de Quartizito (metamórfica) e Ortoquartizito (sedimentar com composição em SiO2 > 95%).
Existe uma formação de solo muito recente, por isso é classificado como Nesossolo Litólico que apresenta uma boa porosidade por a rocha ser fraturada e ter porosidade entre grãos. Devido à inclinação do relevo notamos que os sedimentos intemperizados em áreas mais altas são lixiviados para os terraços e para proximidades do córrego.
Eles atribuem característica de solo muito fértil, que detêm alto índice de matéria orgânica (substrato e nutrientes) e água/umidade, em que a formação da matéria orgânica foi condicionada pelo meio e tornou se um mecanismo no processo da pedogênese. Com um crescimento de grandes vegetais, e qualidade ambiental comprovada pela presença de líquens e relações ecológicas entre os animais.
Ao continuar o percurso da primeira viagem nos deparamos com feições de relevos cuestiformes, localizados na margem da rodovia GO-050 (figura 12) evidenciados por sua superfície aplainada e morro do testemunho que sofreram erosão diferencial, dele não foi realizado uma maior análise nessa atividade.
Morros do testemunho em segundo plano, e ao fundo a feição original do relevo cuestiforme com topo plano. O local é nomeado de Serra da Portaria. |
ii.
Cristo Redentor de Paraúna (GO)
Coordenadas: 16º57'05.2" S e 50º26'49.7" W
Coordenadas: 16º57'05.2" S e 50º26'49.7" W
No local observou se um embasamento cristalino de um arenito bem
coeso, onde os minerais presentes na estrutura da rocha, se
litificaram de uma forma rígida resistiram mais ao processo de intemperismo
físico. A litologia do local pertence à Formação Aquidauana, sendo composta
essencialmente de Arenito.
É possível identificar desde a parte mais
elevada do morro que há vestígios de que ocorreu erosão fluvial no local, e
como não há rios nas proximidades, entende-se que pode ter ocorrido uma
elevação do continente – descartada de imediato por não haver metamorfismo nas
rochas – ou a mais lógica de que o nível da água diminuiu e deixou os vestígios
como seixos rolados de quartzo, e conchas (fósseis).
O
teto da caverna aparenta uma enorme cavidade; que foi formada a partir da
reação dos minerais da rocha com ácidos, como o ácido carbônico (H2CO3)
e dos coloides orgânicos no solo; esse material foi dissolvido em solução
aquosa e precipitando no lago que acumula os íons de cálcio (Ca+2)
tornando a água “dura” e os outros pontos de dissolução ao longo das fraturas
observadas na rocha ao se recristalizarem forma feições do relevo cárstico,
como estalactites e estalagmites.
iii.
Ponte de Pedra, Paraúna
(GO)
Coordenadas: 17º 10' 41.2"S e 50º 50' 09.4" W
Coordenadas: 17º 10' 41.2"S e 50º 50' 09.4" W
A
litologia do local é um arenito (composto de quartzo, fórmula química: SiO2)
bem estruturado, com cimentação em carbonato de cálcio, onde as rochas da
caverna estão em constantes processos de dissolução do material, e
recristalização do precipitado (composto principalmente de calcita, fórmula
química: CaCO3).
Na figura abaixo é possível identificar o aspecto da área limitrofe da caverna, onde o uso e cobertura do solo é predominantemente de áreas de pastagem e agricultura em pivôs, com pouca cobertura vegetal do bioma Cerrado restrito às áreas da margem do Rio Ponte de Pedra. Isso é um dos possíveis fatores de aumento da degração ambiental como a dissolução da rocha das cavenas, além da contaminação de agroquímicos na principalmente numa lagoa próxima, que em perídodos de cheia poderá levar um grande volume de contaminantes para a água do rio.

iv.
Chapada
dos Veadeiros, Alto paraíso de Goiás
Coordenadas: 16º03'53.3"S e 048º08'09.2"WO Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, criado em 1961, protege uma área de 65.514 ha do Cerrado de altitude. São diversas formações vegetais; centenas de nascentes e cursos d água; rochas com mais de um bilhão de anos, além de paisagens de rara beleza, com feições que se alteram ao longo do ano.
O Parque também preserva áreas de antigos garimpos, como parte da história local e foi declarado Patrimônio Mundial Natural em 2001 pela UNESCO. Além da conservação, o Parque tem como objetivos a pesquisa científica, a educação ambiental e a visitação pública. Onde é recomendada contratação de um condutor local de visitantes autorizado para enriquecer sua experiência e seu aprendizado sobre a biodiversidade, geografia e cultura regionais, além de contribuir para sua segurança (ICMBio).
Nas figuras abaixo, temos uma noção dessas feições que são alteradas com o tempo. A formação e evolução de cachoeiras, através de erosão hídrica (mecânica) são incipientes sobre as rochas que sofrem intemperismo não só pelo atrito com a água, e sim com a hidrólise em alguns minerais e também da atividade biológica que se desenvolve em virtude da abundância de água, e demais fatores abióticos.
Cachoeira Almécega no município de Alto Paraíso, com grande área protegida e coberta de vegetação característica do bioma Cerrado. |
A feição de relevo onde rocha sofre
um mergulho e fica inclinada em ângulo maior que 30º conhecida como hogback.
AGRADECIMENTOS
Aos professores do Laboratório de Geografia
Física (LABOGEF) por organizar a atividade, considerada como fundamental no
entendimento do conteúdo das disciplinas e fundamental na carreira acadêmica/profissional dos alunos.
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